terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Reinaldo Azevedo e Oscar Niemeyer



Nunca pensaria em visitar o blog do Reinaldo Azevedo. Entretanto, um seu artigo, na Veja Online, intitulado “Morre Oscar Niemeyer, metade gênio e metade idiota”, foi tão furiosamente criticado na Internet progressista , que resolvi conferir.

Notei, de início, que o seu texto não é contra o Oscar, mas visa, subrepticiamente, mostrar ao seu público habitual que o “genial arquiteto” (como asseverava a revista O Cruzeiro já em 1952, e portanto antes mesmo dele perpetrar as obras “geniais” de Brasília) não deve ser execrado por esse mesmo público.

Para esse público, Nie deve ter ido “para o Inferno” (no qual ele, como ateu, evidentemente não acreditava), pois o fato de ser “comunista” lhe retira qualquer possibilidade de redenção. O arquiteto leva a culpa por tudo o que fizeram as sociedades comunistas do leste e do ocidente. E também, numa confusão típica de apedeutas, por tudo o que fez Hitler, inimigo figadal dessas sociedades comunistas.

Pois é: o Rei, como é chamado pelos fãs, dá um sutil puxão de orelhas no seu público, que, no entanto, se entendeu o recado, passou longe da intenção de acatá-lo.

Bom, não é de se admirar que pessoas que entram numa manada ideológica (seja de direita, esquerda, futebolística ou religiosa) se comporte dessa forma maniqueísta (tudo ou nada, bom ou mau). Mas me cai o queixo que até um intelectual como Leonardo Boff se deixe influenciar pela manada esquerdista e interprete (aqui) tão mal o texto de Azevedo. Boff, ao par de citar lugares-comuns sobre Oscar Niemeyer (como se fosse uma mantra recitada sob a mira de um revólver), chama Azevedo de Besouro Rola-Bosta. Que feio isto, ainda mais vindo de uma pessoa pretensamente religiosa! Quando sobra palavrão, é porque faltam argumentos. Ou sobra sabujice.

Em resumo, Azevedo tenta fazer o seu público engolir Niemeyer, aceitando-o como “gênio”, embora ressalvando o seu defeito de ser “comunista”. Deveria merecer elogios dos defensores de Oscar, ou pelo menos o seu silêncio.

O que achei mais interessante, entretanto, foram os 442 comentários à postagem do Reinaldo. Apenas 3 ou 4 (menos de 1 por cento, portanto) deles aceitaram a posição do blogueiro. E dentre a quase totalidade restante, a grande maioria limitou-se a usar adjetivos depreciativos, espinafrando meio mundo, todos ou tudo que tivesse a menor relação com o “comunista” Oscar.

Muitos comentários, entretanto, discordam tanto dessa corrente majoritária quanto de Azevedo, concentrando-se na análise do “50 por cento genial” e utilizando bons argumentos. Vejam por vocês mesmos:

Jeca Revoltado
05/12/2012 às 23:32
Tenho uma amiga arquiteta já com seus 60 e lavai pedrada, que fala que Oscar Niemeyer, um grande desenhista, nunca morou em algo que projetou. Dona Dilma coitada anda 5 km para beber um copo de água à noite. E não entendo o porque ser comunista é [ser] um idiota.

Marconi Pessoa
05/12/2012 às 23:44
Grande Reinaldo, como está? Na verdade acho que nem a obra de Niemeyer chega a ser grande. Em ciclos acadêmicos e profissionais da arquitetura ele é frequentemente chamado, ironicamente, de o grande escultor brasileiro. Muitas de suas obras são de uma total falta de funcionalidade.

Paulo
06/12/2012 às 0:22
Desse comuna de salão, só gosto dos enfeites do palácio do planalto. De resto não tem estética nem novidade. Que foi patrocinado pelas “ações ativas” (Active measures) ou em russo transliterado “aktivnye meroprijatija” do KGB são segredos que somente os bem informados conhecem. Sua arquitetura é a monumental, típica dos tiranos. Grande e inútil. Mas faz o povo sentir orgulho de participar, de ser o sacrifício que faz o arquiteto embolsar 20% da obra, muitas, quase todas vezes sem concurso. Brasília, é uma excessão.
Conhecer a obra é importante. Mas não gosto. Não serve para morar. É um sacrifício, uma tortura chamar de lar onde não se pode sentir-se bem. Nem trabalhar bem.
Desde o Copan até o CAMG – Centro Administrativo de Minas Gerais – tudo inóspito. Tudo rejeitando o ser humano. Exatamente como um comunista: rejeitando o ser humano.
(...).

Paulo Ricardo Costa
06/12/2012 às 0:29
Desculpe-me Reinaldo, mas a catedral de Brasília é uma ofensa à espiritualidade e ao bom gosto também. Parece mais um abacaxi que uma Igreja.

Tomé
06/12/2012 às 0:37
Reinaldo, converse com engenheiros e verá que essa “metade gênio” que você diz cairá para algo entre 20% e 30%. Ele fazia os desenhos malucos e os engenheiros que se virassem para fazer os cálculos e tirar do papel. Diversas obras dele tiveram que ser amplamente modificadas justamente por causa disso. Ele se preocupava com a “ousadia” sem pensar o mínimo em praticidade.
Temos um exemplo de cidade projetada com a arquitetura de Niemeyer. Palácio do Planalto, Praça dos Três Poderes…. Me desculpem, mas aquilo lá é um horror. Entre a Pampulha e Basílica de São Pedro, fico com esta. Niemeyer caiu no gosto de um ou outro burguês com poder e partiu daí. No exílio, ganhou ajuda de sua entourage de esquerda para conseguir algumas obras. Tudo horrível!!
Muita dessa “genialidade” dele é apenas propaganda comunista para mostrar que “eles sabem das coisas”. Não estou falando isso pelo fato de ele ser comunista. Ser comunista é apenas o fator agravante de um arquiteto de gosto duvidoso.

Plato
06/12/2012 às 0:58
Como arquiteto que sou, concordo que o Niemeyer era um grande escultor da Arquitetura. Muito mais forma (às vezes só forma) e pouca função. Sua obra, espalhada mundo afora, fez dele um dos grandes nomes da Arquitetura dita moderna, ao lado de Corbusier, Mies, Frank Lloyd Wright e outros. Mas seus projetos se repetiam e se repetiam, nada tendo a ver com Gehry, Calatrava e outros efetivamente modernos. Em suma, um gênio que foi superado – e isso se deve, claro, à sua longevidade. 80 anos produzindo arquitetura não permite que o novo apareça a cada projeto. Ainda mais quando o concreto armado foi sempre – digamos – o leit motiv de sua arquitetura.
Quanto às posições ideológicas, a sua longevidade bem que lhe deu tempo de repensar o apoio que sempre deu a regimes sanguinários e totalitários. Mas não. Não posso negar que Brasília, Pampulha, Palácio Mondadori e outros foram determinantes para despertar em mim a carreira, o fazer Arquitetura.
(...).

Janine
06/12/2012 às 1:11
(...)
Eu admiro muitos trabalhos do Niemeyer … alguns eu detesto! De qualquer maneira, ele foi um arquiteto brasileiro conhecido no mundo todo.
Brasilia nasceu como um quintal onde esse grande arquiteto pode fazer o que bem queria … poucos arquitetos da modernidade tiveram essa oportunidade!
Brasilia foi um erro por tantas razões … mas a principal delas foi afastar o governo do povo! Essa foi a pior obra de Niemeyer … dito isso: que ele descanse em paz …

Verônica
06/12/2012 às 2:01
(...)
O Congresso Nacional é bizarro. A catedral é até interessante por dentro, só isso. O MAC de Niterói é uma poluição na bela vista da Baía de Guanabara, parece um disco voador! E o Caminho do Niemeyer na mesma cidade é árido. Muito concreto, uma coisa crua demais. Meus amigos curitibanos são unânimes em condenar o museu Niemeyer. Isso sem contar que as obras podem ser até aceitáveis para as vistas, mas pouco funcionais. Experimente morar em algum prédio projetado pelo Niemeyer! Eu tinha uma amiga que morava no Copan, aquele poleiro! Ela odiava, entrava pouca luz no apartamento, era claustrofóbico o negócio.

Edson de Faria
06/12/2012 às 2:03
(...)
De resto, concordo com tudo o que você disse sobre Niemeyer. Reconheço a importância do arquiteto. Mas o que mais me lembro deste senhor foi uma entrevista que ele deu um dia ao jornalista Roberto D’Ávila. Num dado momento, o entrevistador lhe perguntou o que achava da crítica feita por alguns (na verdade, muitos!) a respeito do Memorial da América Latina: só concreto, sem uma única árvore. O arquiteto respondeu com uma certa rispidez arrogante: “Quem gosta de árvores, que vá ao Jardim Botânico”. “Que coisa mais triste”, pensei na hora, “um arquiteto que projeta suas obras como se [fossem] esculturas de concreto, sem jamais se preocupar com que vai viver nelas”. E se já não gostava de sua arquitetura antes, passei a detestar.

Fernando Paiva
06/12/2012 às 2:18
Era só um idiota. O edificio Copan demonstra bem a obra a serviço da ideologia, por fora todo igual, por dentro tudo diferente.
Esses arquitetos modernistas/socialistas criaram monstros que oprimem seus moradores, impossiveis de se habitar. Verdadeiras maquinas de destruir o individuo.Isso não é arte é m……

Amelia
06/12/2012 às 3:29
Admirável, mas mais admirável ainda, ao meu ver, é quem colocava aquelas m… em pé. Papel aceita qualquer coisa.
Uma história que me contaram e não verifiquei. Na construção da “Cidade administrativa” em Belo Horizonte, os engenheiros embatucaram com um prédio (auditório, eu acho). Ele não tinha jeito de ser erguido. Fizeram uma comissão e foram falar com Niemeyer. Ele chegou, deu uma olhada, disse “se virem”, e foi embora. O prédio está de pé.

Carioca
06/12/2012 às 3:50
Em tudo que esse homem trabalhou está a marca de sua monomania política. Gigantismo e pouca funcionalidade para esmagar o indivíduo, transformá-lo em nada, um joguede nas mãos de burocratas e burocracias ideológicas ou pseudo desenvolvimentistas. Brasília, por exemplo, é um horror.

Félix Jarreth
06/12/2012 às 5:38
Caro Reinaldo
Finalmente!!!!! Vc é a primeira pessoa (brasileiro, por suposto), que, ao vivo e com todas as letras, fala, – quase de viva voz – como eu, a respeito de Oscar Niemayer.
Com um detalhe apenas diferente: eu sequer valorizo – em absoluto – a obra do “suposto” comunista, bem confuso, diria eu.
Só quem conhece Brasília bem, e os prédios projetados por ele, sabe a que desgraceira refiro; às goteiras intermináveis; às rachaduras que resistem aos reparos; aos milhões de reais que custam os consertos desses elefantes brancos, nada aconchegantes por dentro, porém repletos de curvas… sobretudo mofos e gretas.
A Niemeyer sempre o vi como o cinema brasileiro. É ruim, mas tem! No caso dele, tinha, por fim.
Fazer o quê? De alguma coisa os brasileiros precisam se orgulhar, nem que seja esmurrando os olhos e enfiando algodões nos ouvidos para experimentarem, ao som da Globo, devaneios oníricos de viverem num país do qual possam se orgulhar pelas construções “Rondo-Niermaicas” ou Curvasteco-meyernaicas… talvez! Pois pelo resto…
Abraço
Félix

Reginaldo Almeida
06/12/2012 às 6:10
Só idiota. Não vejo genialidade nenhuma neste senhor, salvo a financeira, já que se fez rico construindo Brasília, que hoje é uma verdadeira Província Foral de sua Familia. Nada se faz em Brasília sem antes consultar o “gênio” e pagar-lhe seu cachê.
Brasília não foi feita para os vivos. Aquilo lá é um imenso mausoléu.

Alvaro
06/12/2012 às 6:24
Sinceramente, sob o ponto de vista funcional, os prédios de Niemeyer em Brasília são um desastre. A Catedral é bonita, parece duas mãos unidas em oração, mas o resto é um monte de concreto e vidros em uma cidade árida e quentíssima. Haja ar-condicionado.

Gustavo Aguiar Rocha da Silva
06/12/2012 às 6:32
“Brasilia foi, em muitos aspectos, um delírio caro, desnecessário e megalômano…”. Não, Reinaldo, Brasília foi, em tudo e por tudo, um delírio perdulário, inútil e completamente megalômano, o Vale dos Reis que Juscelino mandou erigir para si mesmo, um absurdo completo e total. Sobre o
Niemeyer político você acertou em cada palavra.

mario luis
06/12/2012 às 6:59
Vou além. Esse papo de gênio também é questionável. fazer alguns rabiscos e transformá-los em prédios e´, sim, obra de calculistas fantásticos para administrar espaço, forma, resistência de materiais , etc, em algo real. Como pessoa se locupletou dos governos, adorava o genocida Stalin , mas não abria mão das benesses e luxos que o capitalismo lhe proporcionava. O Brasil é pródigo em criar heróis já que não os possui de verdade. Citem-me quantos gênios o país produziu. Na verdade há inúmeros Pachecos ( Eça de Queiroz ) soltos por aí.

tatuzinho
06/12/2012 às 7:25
Particularmente eu gostava do velho. Parecia ser uma pessoa doce, modesta e boa prosa. Há quem ache a arquitetura dele maravilhosa, mas eu nunca achei graça porque tenho predileção pelo clássico, pelo rústico… Sempre achei sua arquitetura muito fria, impessoal… Reinaldo, entendi seu comentário. Os fanáticos é que levam tudo para o caminho dos porcos.

Teresa Q
06/12/2012 às 7:32
Moro em Brasília e acho a cidade bem feinha.É fato que a Catedral é bonita, mas há muita coisa feia. Os prédios residencias são caixotinhos com espírito comunista, todos iguais e sem graça, principalmente os antigos. Tem umas tais casas geminadas, na Av. W3, que são um horror.Enfim, não sei se tudo que é feio aqui pertence ao traço do Niemeyer. O que há de mais bonito em Brasilia é o lago, o céu, e a vegetação. Eu preferia morar no Leblon!

Joe Silva
06/12/2012 às 7:53
A arquitetura de Niemeyer era fria e opressiva. Bonita na maquete, desumana na vida real. Vejam o Memorial da América Latina. Parece um cenário pós-bomba de nêutron, desolado. Ela reflete bem suas posições políticas, um homem que dizia que milhões de mortos eram um preço baixo para se pagar por uma utopia comunista.
Vejam na foto o tamanho do indivíduo no mar de concreto. Um zero, como o cidadão no comunismo. E o prédio bonito no fundo nem dele é.
Niemeyer nem era um arquiteto muito bom, mas simplesmente uma cópia mal feita de outro monstro, seu tutor, o Le Corbusier. Espero que essa fase negra da arquitetura se vá junto com ele.

Paulo Fernandes
06/12/2012 às 7:59
Niemeyer foi muito bom na concepção das suas linhas arquitetônicas, mas não serviam para habitar. Ele desconsiderava totalmente o funcionalismo. E os calculistas é que carregavam o piano para fazer as suas ideias se transformarem em concreto. Seus prédios eram, nada mais, que monumentos sempre com um viés político associado. Basta dizer que poucos suportaram morar no Alvorada.

Daniel
06/12/2012 às 8:16
Que coisa tio Rei… vou ter que discordar.
Niemeyer era um completo idiota, meio idiota por ser comunista e meio idiota por ser um arquiteto (sentido de dicionário da palavra) bem ruim. Não revolucionou nada na arquitetura brasileira e causou inclusive certo atraso. É uma pena. Revolucionários foram o Bauhaus (Mies van der Rohe, Walter Gropius), Alvar Aalto, Le Corbusier.

Julio
06/12/2012 às 8:19
Não gosto da maioria dos projetos de Niemeyer. Remo contra a maré e vejo no Edifício Copan uma grande favela vertical. Os palácios de Brasília são inadequados ao clima quente e seco do Planalto Central, pois sobra concreto e vidro e falta vegetação.
Tampouco simpatizo com a ideologia que Niemeyer defendeu durante sua centenária vida, ideologia esta que é contrária à riqueza e liberdade dos outros.

Francisco
06/12/2012 às 8:43
CARO REINALDO
O Chico Anísio tinha uma ótima sobre Niemeyer. Dizia que “…se Brasília fosse boa, Niemeyer moraria lá. Mas o velho arquiteto não é bobo, sempre morou no Rio de Janeiro”. He

zz
06/12/2012 às 8:49
Acho que a grande obra de Niemeyer foi ter vivido até os 104. Lamento que não tenha vivido mais para ver o fim da ditadura cubana. Quanto às suas obras, era especialista em construir prédios sem iluminação ou ventilação natural, sem saídas de emergência, sem estacionamento e sem possibilidades de expansão. Porém sua pior obra foi ter privatizado Brasília, que virou refém de seu escritório com a ajuda certa dos esquerdistas.

guilherme
06/12/2012 às 8:49
Lamento a morte de Oscar Niemeyer, como pessoa. Mas, moro em Brasília e a forma como a cidade foi projetada é típica de um pensamento comunista. Deploro o prédio do STJ, onde o subsolo tem um ar tão viciado que faz mal às pessoas que lá transitam.
A cidade como um todo não favorece a convivência, mas sim, o afastamento das pessoas. Aqui só é possível circular em carros. Ajuntamento de pessoas, só nas rodoviárias, que é a pior obra deste Sr. A única coisa boa, no centro, é a limitação dos prédios em seis andares e a grande área verde, que possibilita a visão ao longe, e não passa aquela sensação de aprisionamento, como ocorre em São Paulo e outras grandes capitais não planejadas.

Luis Fernando
06/12/2012 às 9:09
Os edifícios e obras projetadas por Niemeyer são de grande beleza e péssima funcionalidade.
Concordo com Reinaldo Azevedo com relação à “metade idiota”. Com relação à “metade gênio”, tenho minhas dúvidas.

Lili
06/12/2012 às 9:13
Privilegiou a forma, não a função. Todos os prédios dele são pavorosos para serem usados: quentes, sem ventilação ou iluminação, sem a mínima preocupação com a sustentabilidade. Brasília tem um clima desértico e o cara faz prédios com passarelas, sem sombras, sem árvores ao redor. Além disso, ganhava todos os contratos públicos sem licitação, por notória especialização. Seu escritório fez a felicidade de muito político, foi o rei do caixa dois.

Fernando Viana
06/12/2012 às 9:19
Sinceramente, não vejo muita graça nas obras de Niemeyer, pois praticamente todas lembram a figura da foice e do martelo. Ele plantou o símbolo do comunismo por onde passou. Nada contra o regime, mas sua obra foi tendenciosa.

MarthaB.G.
06/12/2012 às 9:24
Niemeyer fazia prédios para serem vistos, não para serem utilizados. Seres humanos não são bem-vindos nessas obras. São mesmo desconfortáveis e ignoram a natureza. Trabalho em um deles e posso dizer que não sou fã.

Cactus
06/12/2012 às 9:25
A Catedral de Brasília é horrorosa e sem sentido, mais parece uma nave espacial bizarra. Brasilia foi projetada para os políticos ficarem bem longe do povo, e assim cometerem suas estripulias à vontade. Veja que é impossivel, por Lei, a cidade crescer. Crescimento só na periferia onde existem as cidades satélites. Mas não nego que a cidade é linda e bem projetada. Pena que para os políticos. O formato é perfeito de um avião – facilmente observado pela iluminação da cidade à noite, através de um sobrevôo de um avião – símbolo da tecnologia humana, certamente querendo confrontar com o Divino.

Refer
06/12/2012 às 9:30
Niemeyer é a tradução do que a arquitetura estatal tem de pior. Basta olhar esse monstruoso ‘monumento ao concreto’ que é o Memorial da América Latina, que depois foi melhorado com a disposição de algum verde, de algumas árvores, pois nem isso havia no projeto original.

Distrito Federal
06/12/2012 às 9:31
Lamento pelo homem, não pela obra. Espero que a partir de agora a arquitetura do ON será reavaliada. Ele na verdade era um escultor: de longe os prédios são lindos. De perto são pavorosos: monstrengos de concreto sem janelas. Um horror. Uma arquitetura anti-humana por natureza. O pior do ON é que ele entendia que o homem deveria se adaptar ao meio. Acho que o pensamento do ON pode ser descrito por uma metáfora: Se o pé é 43, mas o sapato 38 é lindo, o problema é do pé, não do sapato…

quadrilheiro condenado que vai ganhar boquinha em sampa
06/12/2012 às 9:44
duro e´ ter que aguentar a montanha de comentario babacas nas radios e tv, especialmente a globo. O narrador do sportv acabou de dizer que ele foi um genio que revolucionou a “arquitetura mundial”... É , dá para ver em todo lugar do mundo os traços unicos ( unico de um só , não de especial) do niemeyer. É sempre a mesma mama , ora virada pra cima , ora virada pra baixo , ora virado pro lado, mas sempre o mesmo traço….mas como é moda no brasil ser idiota, fazer o que , né?

Robes Mendes
06/12/2012 às 9:53
Eu questiono a genialidade de Niemeyer.
Há em sua tão decantada obra arquitônica mais lances de criatividade do que de genialidade.Criatividade esta que não foi capaz de superar os inúmeros defeitos de uma obra em que a estética oprime e sacrifica a funcionalidade. E estética esta que não resistiu à ferrugem do tempo.

nena
06/12/2012 às 10:01
Todo mundo em Brasília sabe que sem Lúcio Costa a cidade não poderia receber nenhum morador, porque os desenhos do Niemeyer não previam pessoas, só massas.

ricardo carvalho
06/12/2012 às 10:26
Ele não tinha nada de idiota : como ganhou dinheiro com o PT… Vide o que ganhou com um parque, aqui no Recife, com o nome da mãe de Lula. Um parque de concreto…e milhões no bolso.

stella
06/12/2012 às 10:28
Ganhou muito dinheiro com a exclusividade dos projetos de prédios públicos em Brasilia. Ninguem podia fazer ou usar outros traços que não os seus.

Talita
06/12/2012 às 10:38
Gostei. Excelente texto. Eu não gosto da arquitetura do Niemeyer e nem de sua ideologia. Brasília, o Memorial da América Latina entre tantos outros são horrorosos.

Aldo Ghisolfi
06/12/2012 às 10:38
Antes das loas, precisa ser MUITO BEM EXPLICADA (Alexandre Garcia) a existência de um projeto militar para a construção da capital federal no cerrado, muito anterior e semelhante ao do Lúcio e do Oscar. Plágio? Outra coisa: o Oscar só desenhou curvas, inspirado não nos redondinhos de uma bela mulher, mas no gume da foice comunista. Porque ninguém elogia os engenheiros que viabilizaram as obras? Riscar é fácil, o difícil é construir. Teve os seus méritos, mas não tantos assim; o maior deles foi ter nascido com o fiofó virado para a lua. Como comunista e ateu trabalhou para generais e cardeais e bispos e arcebispos em geral. Fumava excelentes e caros charutos importados.

George Halls
06/12/2012 às 10:40
Sr Reinaldo, na minha santa ignorância, eu sempre disse sobre Niemeier que é fácil para qualquer arquiteto colocar no papel sua idéias. Mas na hora de por a obra em pé é necessário um engenheiro para fazer os cálculos, de quanto de cimento, de areia, tipo ideal de ferragens, o tamanho das pedras para o concreto, a armação fora a escolha dos profissionais, carpinteiro, pedreiro etc… alias … alguém lembra o nome do engenheiro que cujos cálculos tornou-se a obra de Niemeier , Brasilia, ficar em pé?! Pois é…

Sabine Sofie
06/12/2012 às 10:46
Ai Reinaldo, adorei o título mas tenho que discordar. Fernando Pessoa é sim genial. Aqueles prédios em Brasília com a visão “em quadradinhos” do Niemeyer são sofríveis e morar neles dá uma impressão que está sendo o tempo todo observado. A catedral de Brasília dá vertigem, não consigo ficar 10 minutos naquela “coisa”. Pra mim o velhinho é um arquiteto respeitável que impôs sua visão em muitas de suas obras. CLAUSTROFÓBICAS

Sil
06/12/2012 às 10:56
Não gosto nenhum pouco de seus rabiscos e mastrodontes concretos. Nesse caso não sei da sua vida pessoal, sei que não gosto da obra.

rafael
06/12/2012 às 11:08
gênio da arquitetura? sério? muito longe disso.
gênio, futurista, moderno? A arquitetura deve ser algo belo, eficiente, em harmonia com o meio e a natureza. Gastar fortunas e demorar anos p concluir uma obra não podem ser virtudes dessa profissão

Ludwig von Mises
06/12/2012 às 11:08
Como bem já disseram Tomé (06/12/2012 às 0:37), mario luis (06/12/2012 às 6:59) e outros aqui nos comentários, o O.N. (Deus tenha piedade da sua alma, apesar dele ter sido comunista ferrenho…) era mais um escultor de coisinhas bonitinhas do que um arquiteto. O verdadeiro herói dessa história foi o José Carlos Süssekind, eminente engenheiro calculista, que conseguiu o milagre de fazer ficar em pé aquelas formas antinaturais, onde o mais pesado e espesso fica suspenso por finas colunas. Se não fosse por ele e outros calculistas que morreram no anonimato, nada daqueles rabiscos teria saído do papel.
Como urbanista, o O.N. teve uma visão totalmente megalomaníaca e presunçosa, ou seja, ele pensou: “o ser humano constrói cidades há milênios, mas todos os que vieram antes de mim estavam errados, não sabem de nada!!! Essa história de ter casas, padarias, escolas, oficinas, hospitais, tudo misturado, é um verdadeiro horror!! *EU* sou mais sábio e determino que a cidade perfeita seja toda dividida: um setor só de casas, um só de oficinas, um só de escolas, um só de hospitais, tuuuudiiinho arrumado do jeito que eu gosto!!! Não importa que o pobre coitado tenha que andar 5 km de carro pra comprar um legume, mais 5 km pra levar o filho na escola, mais 5 km pra chegar na consulta médica etc… o que importa é a belezura e a simetria (ou assimetria) da minha obra!!!” – pensamento típico dos totalitários, que querem regular e moldar todos os aspectos da vida das pessoas “comuns” – ou seja que não pertencem à suposta elite pensante que sustenta o proprio gênio.
Outra característica essencial da sua arquitetura é o caráter monumental, desproporcional, gigantesco, que reduz a escala humana a dimensões insignificantes, ressaltando o domínio absoluto do poder central e transformando o homem numa “formiguinha” no meio da paisagem, bem ao estilo stalinista…
Enfim, desejo que a alma dele tenha repouso, apesar do mal que ele pensou, difundiu e praticou em nome da utopia irrealizável e desumana.
Parabéns ao Reinaldo por ter a coragem de dizer o que pensa com tanta clareza (mais uma vez), sem medo das reações do rebanho doutrinado.

Alerta
06/12/2012 às 11:11
Vivemos longo tempo sob o manto do arquiteto Oscar, onde o Estado empurrou goela abaixo de uma boa parcela pensante da sociedade que ele era o deus da arquitetura, que sua mão era guiada por seres extraterrenos e que era o ‘papa’ do desenho, verdadeiro deus. Pura fantasia, Lucio Costa, esse sim foi o genio que não foi reconhecido, e todo o seu belo trabalho esta ai para quem quiser ver. Veja Reinaldo, esses ateus e comunas serviram e vão servir para dar sustentação, como sempre deram, para isso que ai está. Daqui pra frente, tenho certeza absoluta que os comunas e ateus vão mudar o nome de tudo para Oscar, desde as privadas privatizadas aos grandes monumentos deste pais. Quem viver verá…..

Marcia
06/12/2012 às 11:12
Brasília NÃO é obra de Niemeyer. Ele só fez projetar alguns palácios e monumentos. O projeto da cidade, com suas dimensões, charme e atenção à qualidade de vida do morador, são do genial urbanista Lúcio Costa. Agora, quem já entrou em qualquer Ministério, sabe muito bem o quão ‘antiambientais’ são as construções do Niemeyer. Bonitas para maquetes, mas inabitáveis.

nena
06/12/2012 às 11:25
“Um ateu que construiu igrejas”. Uau! que genialidade na boca dos cumpanheiros. Quem quiser ver o ‘espírito’ da igrejas de Niemeyer entre na Catedral de Brasília e não vai sentir nenhuma religiosidade. Tem-se a impressão de entrar numa nave alienígena, não que nos conecte com o Criador, mas sei lá com que mundo. Poderia ser um palco para shows ou coisa parecida. Se for durante o dia então vá de óculos escuros e protetor solar, porque o sol refletido nos vitrais é angustiante. Em contrapartida se você entrar no Santuário Dom Bosco, projetado por Lúcio Costa, com os vitrais azuis espetaculares de Cláudio Naves, se sentirá transportado ao próprio colo de Deus. É moderno, sem se modernoso. Não sei das convicções políticas de Lúcio Costa mas o seu toque nas obras de Brasília fez toda a diferença, que humanizou, pelo menos um pouco, as construções. Depois de décadas aurindo a fama e as benesses de ser considerado o construtor da cidade, Niemmeyer rebatia críticas dizendo: “Eu não sei, pergunte ao Lúcio Costa, foi ele o construtor da cidade”. Conveniente, não é?

José Maurício
06/12/2012 às 11:40
Não gosto da arquitetura de Niemeyer e nem do mito que ele fez tudo para criar. Não é um dos maiores do mundo coisa nenhuma. Acho que a arquitetura tem que ir além do visual e navegar em outros campos sensoriais (não, digo, deixar o cheiro da cozinha do Alvorada se espalhar pelo prédio).
As obras de Niemeyer não se harmonizam com a natureza de onde são construídas, parecendo objetos de filmes de ficção científica. Niemeyer não fez nenhum esforço para incorporar elementos estéticos da riquíssima natureza brasileira além de chamar Burle Marx para adornar sua geometria. Não é por aí.
Acho sua obra arrogante e não cedo à hipocrisia para achá-la genial. Niemeyer conseguiu estar perto do poder a maior parte da sua vida. A maior obra de Niemeyer, na minha opinião, foi ter conseguido viver 104 anos trabalhado, competitivamente, até seus últimos dias, este sim, é um legado valiosíssimo a ser estudado e aproveitado pelos que ficam. Como superar essa proeza?

Joe Silva
06/12/2012 às 11:42
A obra de Niemeyer era opressiva, fria e desumana. Bonita na maquete, horrível na realidade.
Vejam o Memorial da América. Um chão imenso de concreto, prédios sem janelas, um cenário pós-guerra atômica. O indivíduo é um zero, o monumento estatal é um gigante.
Niemeyer foi uma nuvem negra na arquitetura.

Abreu
06/12/2012 às 11:50
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É difícil, admito, mas é possível admirar a obra de um artista e mesmo assim repudiar seu posicionamento político.
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Dentre nós, brasileiros, exemplos não faltam, e além do próprio Niemayer, posso citar Sócrates — o jogador de futebol (porque nem de atleta se poderia chamá-lo).
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As obras arquitetônicas de Niemeyer eram belas? — Depende do gosto pessoal. Para mim, não passava de um arquiteto famoso e se depender da crítica à funcionalidade de suas obras, basta consultar aos que sejam obrigados a nela permanecerem, pois a maioria dos que conheço as criticam por serem desconfortáveis em todos os sentidos (inclusive e primordialmente o térmico), mas deixo isto para quem tenha maior interesse em comentar.
.
Nem a morte torna ninguém isento de crítica — com a ressalva de que, pelo fato do morto não poder se defender, há que ser a mais criteriosa/respeitosa possível, tal como esta subscrita por Reinaldo Azevedo.
.
Quem não gostar daquilo que aqui se escreve e se lê, que vá aos blogs “amigos”, “amestrados” e a soldo, e que por lá se esbalde. Eu, por exemplo, até sei que existem, mas como não dependo de drogas, como elas, os evito.

To Fora
06/12/2012 às 11:52
Um sujeito com obras um tanto quanto de gosto duvidosos. Um sujeito que viveu as custas de mamar do povo (Estado), um sujeito que fez Brasília custar umas 5 vezes mais, pouca gente sabe disto, derrubava uma parede em média 5 vezes por que não gostava do resultado.
Um grande arquiteto que colocou todos os chuveiros dos apartamentos funcionais, para pessoas de, no máximo, 1,70m de altura. Quando precisei tomar banho em um apartamento de um deputado federal, para entrar embaixo do chuveiro, tinha que dobrar os joelhos (1,80m). Estas coisitas poucos sabem ou se sabem se calam.

To Fora
06/12/2012 às 12:01
Alías, aquele monstrengo em Niterói é cópia do Belvedere na Rio-Petrópolis. Só que piorado. Este era o grande arquiteto.

D.junior
06/12/2012 às 12:33
Aqui em Goiânia projetou um centro cultural inútil e caro. Parece que jogou varias forma geométricas para cima e na posição que pararam ele as deixou. Quanto a posição política, me encabulo, por que não morava em Cuba, China ou mesmo na URSS (quando ainda existia). Gostava era do Rio de Janeiro, Paris, Nova York, Comunista Chinfrim ele.
P.s Não sei se está no Céu pois não acreditava Nele.

silvia lakatos varuzza
06/12/2012 às 12:35
Sei lá, mas eu acho que a arquitetura de Niemeyer expressava, sim, as suas escolhas ideológicas: construções monumentais e frias, tais como os líderes comunistas, ou “o Partido”; total ausência de verde, o que deixa ainda mais irrespirável aquele concreto todo — e há algo mais sufocante do que um regime que nega aos cidadãos o mais essencial dos direitos, que é a liberdade? Ostentação, opressão, gigantismo. É isso que a obra do velho comunista sempre me passou. Nunca gostei. Simples assim.

julia
06/12/2012 às 12:36
helio, quem projetou brasilia foi o lucio costa, niemeyer fez os predios, mas o desenho da cidade, é do lucio. antes de criticar, adquira um pouco de cultura, ok. vc esta criticando a pessoa errada.

Fernando
06/12/2012 às 12:52
A beleza das obras de Niemeyer está nos olhos de quem vê.
Eu não vejo nada de mais em suas construções (e não digo isso por repudiar suas idéias políticas) e até acredito que toda essa fama que ele tinha (mais no Brasil do que no resto do mundo) seja pelo fato dele ter sido um dos responsáveis pela criação de Brasília.
Quando escuto (ou leio) Oscar Niemeyer sempre vem em mente obras faraônicas, desnecessárias e caras.

José Antonio
06/12/2012 às 13:01
Certa vez, vi uma entrevista de um arquiteto que considerava Niemeyer como um mestre das formas, mas, quanto à habitabilidade de seus projetos, era uma negação, num trecho do papo, o entrevistado disse que indagado sobre o pequeno espaço dado aos banheiros de um edifício, o mestre comunista deu a seguinte resposta: “eu lá estou preocupado com isso, se virem”.

Erik
06/12/2012 às 13:15
Vamos lá. Pergunte a qualquer um que trabalhe nos tribunais superiores o que acha dos corredores que ocupam 1/3 da largura do prédio, os setores nos subterrâneos aonde não bate sol, as rampas sem guarda corpo etc… Pode ter sido um mestre no desenho mas deixou a desejar na funcionalidade.

Aldo Ghisolfi
06/12/2012 às 13:55
Em um de seus comentários Alexandre Garcia citou um projeto de uma capital federal feito por um engenheiro militar muitos, muitos anos antes do Oscar e do Lúcio. O local seria o mesmo onde edificaram BSA. Porque não se comenta a respeito?

Luiz Fernando
06/12/2012 às 14:02
Quando estive em Ouro Preto, uma cidade de arquitetura colonial, Maravilhosa em seus detalhes, fiquei impressionado com o absurdo da fachada do Grande Hotel de Ouro Preto. Quem já almoçou naquele restaurante vai concordar comigo. Aquela obra é o maior absurdo. vejam http://www.fotolog.com.br/niemeyer/1914835/
Demonstra muito bem a falta de sensibilidade artística do Sr. Niemeyer. Projetou um monstro moderno, e incrustou sem dó nem piedade no cenário colonial daquela cidade. Depois disso reparei que todas suas obras são na verdade com algumas exeções, “monstros modernos” de mal gosto e acompamhado de uma péssima funcionalidade. Então eu digo que gênio é este que carece de visão artistica, que carece de visão de funcionalidade dos espaços e que se esconde atraz das linhas curvas para mascarar suas deficiencias. Olhem para o Conjunto Kubitschek em Belo Horizonte. Olhem por ai e vejam suas obras. Envelheceram todas.

Cris
06/12/2012 às 14:32
Sinto muito Reinaldo Azevedo , mas a metade arquitetura é a metade idiota … a metade gênio é a metade que fez propaganda marxista subliminar ! Então pra mim , não me serve por inteiro . Outra , suas obras além de ter erros grosseiros de projeto e de finalidade , são a maior expressão do seu pensamento Comunista-marxista … além de uma perfeita ação entre amigos, o exemplo mais absurdo de desperdício de dinheiro público ! Num país sério não ganhava nem pro cafezinho ! http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=0&Cod=239 

Manoel Luiz de Mendonça
06/12/2012 às 14:36
Concordo com o texto, porém com uma excessão: Niemayer poderia dizer que era um comunista,mas, na realidade não o era.

Milena
06/12/2012 às 16:41
Com todo o respeito ao falecido, não acho que era tudo isso como arquiteto. Não tem nenhuma obra realmente bela. A melhorzinha é a catedral de Brasília, e só por fora. O resto são uns prédios que parecem disco voador, virado pra cima ou pra baixo, ou abridor de garrafa gigante. Uma autoridade estrangeira já disse, com toda propriedade, que um palácio em Brasília parecia um posto de gasolina.

Charles A.
06/12/2012 às 17:57
Ao Luiz Fernando 06/12/2012 às 14:02 – Concordo com você; essa obra é de muito mau gosto; lembra um caixote com janelas e uma rampa; se não tiver rampa não é do inimputável Niemeyer. O Brasil é pródigo em ver gênios em oportunistas… e os comunistas brasileiros são pródigos em ganhar dinheiro… público,é claro.

marta
06/12/2012 às 18:02
Cara Mafalda, e daí que a teoria do Big Bang foi formulada por um padre???? E TODO generalismo é um erro. Sou ateia e duvido que você encontre alguém mais contra o comunismo do que eu. E o Niemeyer não era essa Coca-cola toda. Acho a grande maioria das coisas que ele desenhou ME-DO-NHAS.

Ana B.
07/12/2012 às 3:18
Respeito o arquiteto Niemeyer e reconheço seus méritos como arquiteto. Também respeito a sua opiniao como comunista e ideologia, apesar de nao compartilhar em nada da mesma. No entanto, nao gosto NADA das obras e do estilo dele, particularmente, respeito quem gosta. Mas somente para citar um exemplo: O parque Dona Lindú na avenida Boa Viagem à beira mar da orla de Recife é terrível e destoa totalmente da paisagem tropical do litoral. Acho que foi uma de suas últimas obras. Bem, esta é minha opiniao pessoal, mas muita gente acha feio a arquitetura do Parque Dona Lindú, pelo o que constatei quando estive recentemente em Recife. De qualquer maneira, muito bom o texto Reinaldo.

Henrique Oliveira
07/12/2012 às 8:25
Caro Reinaldo,
Desconheço a metade genio do arquiteto referido. Brasília é um horror arquitetônico, com suas formas externas curvas em caixões de concreto interiores. Os CIEPs do Rio de Janeiro são outro exemplo de horror, o “disco voador” de Niterói é de total falta de originalidade de inspiração… Enfim!
Foi um arquiteto chapa-branca, pois seus projetos, cujos preços de projetos estratosféricos em todos os casos decorreram de suas boas relações com governantes de plantão.

ritabrownie
07/12/2012 às 11:34
Reinaldo! parabens pela sua clareza. Niemeyer era um artista genial? Sim. Um arquiteto genial? Acho que nao. A arquitetura deve ser funcional, servir ao homem e modernamente preservar a natureza. As belissimas formas de Niemeyer não servem ao homem e não respeitam a natureza e alem de tudo não refletem sua suposta ideologia. Abraços.

Luiz Coutinho
07/12/2012 às 12:52
Sr. Reinaldo Azevedo,
Quem me indicou o seu artigo foi Ricardo Boechat, BandNews FM, hj, por volta das 07h30min, dia 07/12/2012, ao te esculhambar; nem citou o seu nome. Certamente ele não leu o seu artigo. Vi uma passarela em forma de caracol no RJ; fico imaginando aquelas pessoas num sol de 40° dando voltas e mais voltas até o destino, tão perto e como era para o Jornal da Globo, todos elogiaram. Toda unanimidade é burra. Congratulations.

helio
07/12/2012 às 16:23
Para a julia
- 06/12/2012 às 12:36
Oscar estava no projeto de Brasilia ANTES de LÚCIO ganhar o concurso. Foi convidado por JK (se conheciam desde o tempo em que JK era Prefeito de BH. Na verdade, não se deve dissociar Niemayer do projeto de construção de Brasilia. Na verdade, não presta nem o projeto da cidade nem os prédios.

Joaquim
07/12/2012 às 17:48
Concordo 100%. É fácil ser comunista mamando nas tetas públicas. Gênios mesmo eram os engenheiros estruturais q calculavam as cargas naquelas monstruosidades, os carpinteiros que faziam as formas daquelas aberracoes e os decoradores que conseguiam decorar predios cuja unica funcionalidade é exibir a fachada.

flavio coutinho
08/12/2012 às 16:47
Concordo inteiramente com o articulista e ainda acho que sem querer [ferir] a memoria de ninguém, deveria ser formada uma comissão de arquitetos para projetar um guarda corpo para a rampa do palácio, qualquer dia cai um dali. Isto já aconteceu num prédio público em São Paulo com o mesmo tipo de rampa quando no dia da inauguração, com gente à bessa,um fotografo caiu da rampa, vindo a falecer.

Flavia
09/12/2012 às 1:01
Acho justamente o contrário. Niemeyer foi o gênio das negociações, conseguiu ser o vencedor de diversas obras pelo país afora e umas sem licitação.
Desde Getúlio até os dias atuais o Oscarzinho nunca mais largou o osso. Se houveram outros arquitetos melhores e mais inovadores que ele foram esquecidos devido a propaganda política que envolve Niemeyer. Comunista do tipo mais comum “faça o que eu digo e não faça o que eu faço”, perdeu a grande oportunidade da vida dele de fazer uma obra realmente voltada para o social e para o povo, os CIEPs. Infelizmente (ou propositalmente?) foi sua mais desastrosa obra, lembrando caixotes com furinhos para transporte de animais. Nem sei como a administração pública resolveu o problema de falta de acústica das salas de aula, além do calor dos ambientes de concreto. Niemeyer viveu tanto talvez pq não acreditava em coisa nenhuma. Talvez na duvida achasse que morto seria obrigado a assistir aulas infinitamente dentro de uma sala de um CIEP do Inferno.

lailin
10/12/2012 às 9:24
Não sei porque tanto “sofrimento”
tanto blá blá blá
pela morte do Oscar
aquelas construções dele são um horror
até eu com a fama dele qualquer merda falada
viraria filosofia de vida
Não encontro uma página em que o dono
não esteja
fazendo um ato de reverência
ao homem
Na minha vida ele nunca nem por um milésimo de
segundo significou nada.
Aliás no tempo de estudante
sofri um bocado tendo de olhar e decorar
as datas, o ano e o significado
daquelas esculturas
quase sendo obrigada a fazer um ato de adoração.
E é isso ai
Uma vida que se foi e só
(...)

André
10/12/2012 às 9:33
A metade idiota eu concordo. Tem que ser um estúpido para apoiar regimes homicidas e comunistas. E alguém com as mesmas idéias por mais de 100 anos significa um perseverante e determinado idiota.
Quanto às obras, discordo. Ele não tem esse reconhecimento todo que a esquerda pretende fazer parecer. Não tem uma obra sua em Nova York, por exemplo. Algumas coisas na Espanha. E tudo que fazia era de gosto duvidoso. Mais uma “ídolo” fabricado pela mídia esquerdista.

Fernando Ribeiro
10/12/2012 às 16:23
(...)
Conheço bem Brasília, e sinceramente as ” obras” de Niemeyer, não são tudo isso que dizem, algumas são de gosto bastante duvidoso, além de desconfortáveis ( vide o palácio da Alvorada onde se gastou milhões para reformá-la e torná-la habitável ).
Concordo plenamente com o texto do Reinaldo, e vou além, Niemeyer era apenas um arquiteto e mais nada. Quanto às suas idéias, entendo que esqueceram de dizer à ele que essas eram ultrapassadas e que aqui no Brasil ele era o último comunista. Nem o Roberto Freire comungava mais com as idéias comunistas, tanto que até o nome do “Partidão” ele mudou.

__ __ __ __ __ __ __ __ __ __


Esses comentários, como se vê, apresentam argumentos técnicos consistentes. Alguns consideram a forma exterior das edificações niemeyerianas feias, pesadas e plagiárias (posição tão respeitável quanto a dos que as consideram leves, bonitas e originais). Outros enfatizam a desfuncionalidade de seus projetos e a inutilidade das obras (e aqui não há aparentemente defensores do arquiteto). Corolário desse argumento é que todas, ou quase todas, as obras do Niemeyer, foram mandadas fazer, pelas entidades públicas (administradas ora por cidadãos da Direita, ora da Esquerda, ora do Centro, ora de Cima e ora de Baixo)... para erigir a fama de Niemeyer. Nesse sentido, num processo parecido ao aparentemente seguido por um ministro do STF no julgamento da AP 470, algum Moloch estabeleceu, na mocidade de Oscar, que ele seria gênio, e depois tratou de fazê-lo rabiscar curvas para que engenheiros as concretizassem e a mídia nelas carimbasse a palavra “genial”. Parece coisa de empregados deixando o filho do patrão fazer repetidos gols de placa...

Não procede, portanto, a acusação majoritária dos leitores do Reinaldo de que a fama do Nie foi construída “pelos comunistas” (que nunca apitaram nada por aqui, sendo utilizados apenas como pretexto para avanços da Direita).

Um dos comentários trouxe um linque interessantíssimo: esculturas gigantes (mas não travestidas de faraônicos edifícios) construídas na antiga Iugoslávia, pelo regime comunista, em locais hoje abandonados e pertencentes às várias repúblicas que resultaram da sua divisão. Essas obras foram criadas por diversos escultores e arquitetos, e indicavam eventos históricos da Segunda Guerra Mundial. Como diz o saite americano, na época comunista esses trabalhos de “arte socialista” (como se diz depreciativamente por aqui) eram tidos como adjutores na doutrinação da juventude iugoslava, mas hoje, sem o antigo simbolismo, ainda nos deixam estupefatos pela sua beleza (“they are still of stunning beauty without any symbolic significances.”, no texto em inglês).

Bom, para o meu gosto, algumas dessas esculturas parecem ter saído da cabeça do Niemeyer: feias, de linhas simplórias (e portanto previsíveis), e pesadas. Mas há algumas absolutamente fantásticas em sua beleza. Não sei se os leitores vão concordar, mas aqui vão os linques para essas belas esculturas, que aliás, em sendo abstratas (não imitam xícaras como o MAC de Niterói, ou a Loba Romana da sede do governo de MG), integram-se harmoniosamente à paisagem circundante:


Petrova Gora
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBlYoiJGQoKYs0VSBUyP3Gb7FfyK77q8ag5rrl-2hoJ04ccVu_0eveQJ1xIxDU5fevkmbrUL5S_Jdd8hb9fjKslHo4sq_78ixSWpvCRWABxYUoG7mwyGr22mvk_CPf4fvpqxeUXkWdeUV8/s1600/Spomenik_02.jpg

Kozara
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd11dxbtKCMI4gatT5CugLILtcAHBRxRLW4E01XPcf6eoSZTGc3zDZElrWP2Hq-KL_LhncE7ALQkoeFqHOcW3Umhwyp00qa2tZ49hEoXzeVJlope2wDoRJA3KcGNrAHqy8ZuLezWx7-GN5/s1600/Spomenik_06.jpg

Jasenovac
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieSPlABUJzyqQNcYsnd_uxP0L3eY3IQx4hKdQNrpQ6uskchRO6L8x8TVSa_MXjr0Q1HQse5BtbKqJo8J8J-1fzO-tUbmu8popxROzCFlKcri2uUSLg46IoNKNIqE5eJEldcGhjuprMvzDg/s1600/Spomenik_09.jpg

Tjentište
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-AYz-9ldpmxwuF6iVfzgQw_f_KEluCcLYVFesOOERTvl5ifmm1z5lilrxWaKu31PVXIAsqmVQFNRfOg6hpA9b6FsedmFOFw5S6xRiu0lZ3QgC0Akvd5mWPTWvpMtYHXDBsYtUiC3Y2kDS/s1600/Spomenik_16.jpg

Kadinjača
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj10f2NXK6Op5uIEXhBGikC2BCRfWdkd12XwErevdFiW3L1PMVxUi3KqGrR2mvlrtPcxxK7BgX4BNPsKUBa7ZBxdlASD2u8LPszy2nO4lglBRoiljvoxZdRMOcaYBIos7a_nl7NJfbEhPA-/s1600/Spomenik_18.jpg


A postagem completa pode ser vista neste linque:


http://www.cracktwo.com/2011/04/25-abandoned-soviet-monuments-that-look.html




quarta-feira, 30 de março de 2011

"Rebimboca da Parafuseta"

Até há pouco tempo eu ouvia dizerem que mecânicos desonestos gostavam era de enganar as mulheres. Bastava falar que o carro tinha problemas com a Rebimboca da Parafuseta, e isto autorizava a substituição, ou a simulação desse ato, de uma série de peças em perfeito estado. As mulheres “engoliam” a estória, altamente impressionadas com uma explicação tão técnica e assustadora.

Bom, vimos que agora os mecânicos desonestos enganam não apenas as mulheres, mas também os velhos. Talvez enganem toda pessoa que mostre cara melhor do que a de um Pitbull…

Pois é, vamos falar de uma mulher que, ao estacionar num dos pátios do Shopping, foi alertada de que um dos pneus do seu carro estava meio murcho. A mulher dirigiu-se ao Shopcar Pneus Centro Automotivo e pediu para consertarem o pneu. Saem roda e pneu, abre-se o capô do motor, um funcionário zanza para cá, outro zanza para lá, e os espertos decidem que era necessário fazer uma série de outros serviços emergenciais, sem apresentar orçamento e sem especificar o valor de cada item. Advertida de que poderia ocorrer desastre iminente, a mulher concordou com os serviços propostos, que julgou corriqueiros e baratos. Qual não foi a sua surpresa quando, depois de 2 horas, lhe apresentaram uma conta de R$ 447,00! A foto abaixo descreve os serviços efetuados:


Vejam que coisa interessante:
  1. foi retirada apenas uma das 4 rodas do veículo, mas a “receita de vendas” aponta a troca de 4 (quatro!) válvulas dos pneus.
  2. Muitas oficinas (honestas) fazem caster de graça quando o motorista encosta seu carro para fazer o alinhamento das rodas. No Shopcar, o serviço menor (caster) custa quase o quádruplo do serviço maior (alinhamento).
  3. Após descrever os serviços prestados, cada um deles cobrado separadamente, a esperta Shopcar entra com uma “mão de obra completa”, sapecando mais R$ 80,00 na conta, que subiu para os citados 447,00. Quer dizer, cobrou separadamente por cada serviço, e cobrou uma segunda vez, pelo “conjunto da obra”…
  4. Na concessionária Renault, com mecânicos altamente especializados (e nãos os desqualificados de “centros automotivos” comuns), cobra-se cerca de R$ 100,00 por hora trabalhada. No Shopcar, com “mecânicos” sabe-se-lá-com-que-títulos, a hora trabalhada saiu por R$ 167,50!
O gerente, jovem com impassível cara-de-paisagem e discurso decorado de operador de telemarketing, certamente tem garantidas boas noitadas com o lucro da gerência (pelo menos até topar com um marido violento).  Depois da intervenção do marido da mulher deu um falso desconto de R$ 72,00 (que corresponde a 90% daquele valor cobrado pelo “conjunto dos serviços”).
Acresce que o carro fora revisado recentemente (a mulher, ao contrário do blogueiro, ainda confia nas concessionárias, pelo menos nas da Renault) e estava em ótimo estado. Foi o conserto de pneus mais caro de que o blogueiro tem notícia!…

Sugestões do Blog:

1. Sugerimos à senhora ludibriada que procure o Procon. Se não conseguir reduzir a fatura a R$ 5,00 (preço do remendo de pneu nas borracharias a mais de 100 metros do Shopping Campo Grande), pode ingressar com ação no Juizado de Pequenas Causas, inclusive exigindo indenização por danos morais.

2. O citado marido notou, no balcão do “centro automotivo”  (às 18 hs 10 min, na saída do veículo) uma pilha de cerca de 40 ou mais “orçamentos”; e a Nota Fiscal 0771 só foi emitida por exigência da “cliente”. Seria interessante o serviço de fiscalização da Prefeitura dar uma olhada para ver quantos dos 40 serviços desse dia mereceram a emissão de Nota Fiscal. Afinal, quem engana mulher vai poupar os cofres municipais, só por causa dos belos bigodes do Prefeito?!…

_____

(texto copiado de http://timblindim.wordpress.com).

sábado, 20 de novembro de 2010

DEUS é DEUS.

Há uma infinidade de ideias sobre Deus, ou sobre os deuses. A maior parte delas vem do pensamento íntimo de cada pessoa; a outra parte é extraída de corpos de doutrina baseados em supostos contatos diretos entre certos seres humanos e certos deuses. Exemplo, Moisés teria recebido diretamente da divindade nomeada Javé, ou Jeová, a tábua de pedra com a gravação dos Dez Mandamentos.

Entre as igrejas cristãs, há uma, brasileira e evangélica, que se identifica por um slogan : “Deus é Fiel”. Isto não é nada lisonjeiro para Deus, uma vez que fidelidade (lembro do termo corrente, “fidelidade canina”) implica em subserviência. A julgar por esse parâmetro, Deus seria subserviente aos membros da tal igreja (ou talvez, aos pastores, membros privilegiados da tal igreja).

Essa ideia de que Deus é subserviente, quebra-galhos, versão desimaginativa do Gênio da Lâmpada, é muito comum. Assim, Deus serve para “ficar do nosso lado” quando atribuímos a nossos adversários, ou a pessoas que nos contrariem em algum ponto, o epíteto de Agentes do Mal, sendo esse Mal o outro deus da mitologia cristã (ou melhor, cristã-maniqueísta), Lúcifer. É claro que se formos lá e matarmos um Agente do Mal, "Deus" dará todo o apoio, pois tudo o que esse "Deus" quer é tornar-se Absoluto, o que é impedido, pelo menos por enquanto, pelo tal Príncipe das Trevas. Esse maniqueísmo cristão tem justificado todas as guerras e matanças dos últimos 1700 anos (ou seja, do período que sucede à conversão de Constantino)...

Na minha opinião, Deus é Absoluto. E Único. Lúcifer, ou Mal, ou nomes equivalentes, são bons nomes para darmos às nossas ignorâncias, ao nosso não-saber. Inferno é um lugar para onde podemos mandar, metaforicamente, nossas burrices e incompreensões, pessoais ou coletivas.

Podemos pensar que Deus é Absoluto, mas na verdade dele nada sabemos, nem mesmo se é um ser ou um processo. Imagino, por poesia e conveniência, que seja um ser. Imagino que ele fez o mundo como o mundo é, e depois se sentou (onde? como?) para observar. Imagino que ele não interfere nas ações dos seres, humanos ou não, existentes no Universo. Mas, contraditoriamente, imagino que de vez em quando ele abre uma exceção e me dá uma ajudazinha maneira naquela situação crítica em que me meti. Não imagino que ele vá prejudicar alguém só para me beneficiar, pois isto implicaria em subserviência de Deus à minha pessoa, o que é evidentemente absurdo. Parafraseando aquele irmão Marx (Groucho) não respeito um Deus que sempre me dá razão (isto é tarefa de mãe).

Imagino que Deus tem acesso a todos os seres do Universo, e portanto também a todos os seres humanos. Assim, Deus não precisa de intermediários (quem precisa de intermediários são as mercadorias, para chegar do produtor ao consumidor). Imagino que Deus sabe falar, ler e escrever. E teria escrito um livro sagrado se assim o tivesse desejado. E esse livro sagrado (com upgrade permanente em suas inumeráveis adaptações à diversidade linguística humana) seria entendido por todos, sem contradições e sem guerras religiosas, uma vez que bom escritor é aquele que as pessoas entendem diretamente, e não aquele que precisa de milhões de intérpretes para ser “entendido”. Mas Deus não escreveu nenhum livro sagrado; ele nos deu muito mais do que um livro sagrado: nos deu neurônios, bilhões deles, mais do que suficientes para sempre acharmos, embora às vezes com atordoantes demoras, o melhor caminho para o progresso, a paz e a felicidade.

sábado, 7 de agosto de 2010

Continuação

Durante muito tempo fiquei sem saber o que fazer com este blog (já que tenho um com idêntico nome - Timblindim - e anterior, em outro host.
Uma boa idéia me parece ser especializar este blog na exposição de idéias, teorias, hipóteses, coisas desse tipo. Minha mente, aos 63 anos (por enquanto) fervilha, e eu gostaria de fazer mais alguma coisa para melhorar este mundo. É claro que não sou infalível e contestações dos leitores (xingamentos e intolerâncias são outra coisa) serão sempre benvindas. Afinal, uma das diretrizes básicas do meu pensamento é a de que os seres humanos são potencialmente iguais, embora diferentes nas prioridades e caminhos que adotam.
Bom, com a declaração anterior dá para o leitor perceber que o meu QI é um pouco acima de 110 (do contrário, eu poderia ser um preconceituoso morrendo de medo de ser "ultrapassado" por "um moreno ou favelado qualquer"). Tendo QI acima de 110, se um moreno, preto, negro, amarelo, branquelo, vermelho ou arco-iris me ultrapassar em QI, direi: "Oba! Apareceu mais um que pode me ajudar na minha caminhada rumo ao Conhecimento!". Pois, acima da inteligência média, todo o mundo é obrigado a se entender.
A propósito, sou branco, de cabelos castanhos e olhos também castanhos, mas estou consciente de que todo ser humano é descendente de negros: afinal, a vida humana começou na África, no Seringueti ou proximidades, e só milhares de anos depois a "nossa pele" escura foi se esparramando pelo mundo e eventualmente branqueando (do rosa ao amarelo). ..

terça-feira, 10 de junho de 2008

Crônica-poesia de Ellizene Lima




Percepção


Ellizene Lima





Deito porque minhas pernas

não suportam o peso da descrença humana.

Parece que de repente

não há motivos

para crer

em qualquer sentimento belo.


Apesar de ter entregue meu corpo

às suaves mãos do silêncio,

do conforto,

Morpheus recusa-se a acariciar-me com

suas suaves mãos.

Tenho que continuar desperta . . .

ouvindo o som apressado, de pés que se

afastam, cruzam, topam . . .

mas nunca se tocam, se afagam.


Quando abro os olhos,

vejo sorrisos forçados,

tatuados no rosto,

bem representados . . .

Se os fecho . . .

sinto insegurança, desconfiança,

mentiras ensinadas, falsidade cultivada.

O ar

é denso,

é de todos, mas nem todos o aproveitam.


Coloco novamente os pés na terra . . .

Não é chão, não é natureza, não é vida . . .

é asfalto,

é pólvora,

é sangue animal, é sangue HUMANO!


Não tenho pra onde fugir . . .

Não tenho a quem contar . . .

Natureza virou esporte . . .

Seres vivos, objetos . . .

Amor, lenda . . .

Deus, um bom negócio!


quarta-feira, 7 de maio de 2008

Cartórios Lucram com Mãos de Detran ?

Li hoje na coluna do Cláudio Humberto (sempre venenoso, mas no presente caso - e em muitos outros - justo) :

Detrans Impõem Registro Ilegal em Cartório

Os cartórios faturam cerca de R$ 7 bilhões por ano, mas acham pouco. Contrariando decisões do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, fazem lobby e “convencem” os Detrans a exigirem ilegalmente o registro, em cartório, dos contratos de financiamento de automóvel. Além dos altos custos da compra de um carro, o consumidor ainda é obrigado a pagar até R$ 700 para registrar o financiamento.

Abuso

Detrans do DF, Rio de Janeiro e Goiás exigem o registro, em cartório, de contratos de financiamentos de carros, apesar de o Código Civil proibir.

Comentários do blog:

1. Na lista acima, CH esqueceu de Mato Grosso do Sul, cujo governo peemedebista-demo-peessedebista também detran-espolia o consumidor (e eleitor);

2. A função dos detrans não é aumentar a concentração de renda no país, tirando da classe média para dar aos ricos, e muito menos cobrar percentagem (em MS, de 30%) por esse serviço sujo;

3. Se você é eleitor, não é da panelinha e foi espoliado pelo Detran, vote ( já agora, em outubro ) contra o partido ou coligação que governa o seu Estado. Dê o seu recado! Como se sabe, mesmo que autarquia, o Detran não pode fazer nada que não seja do agrado do governador . . .

4. “Mãos de Detran” é o mesmo que “mãos de gato”. Vejam aqui como o Macaco da fábula de La Fontaine ficou com a melhor parte da gatunagem, enquanto o Gato ficou com as patas queimadas e as vassouradas. Bom, o nosso Gato já está mais escolado do que esse da fábula . . .

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Aroeirinhas Carentes

Talvez alguém pense que eu sou um expert em Botânica e Vida Animal. Nada disso! Sou apenas um curioso, e quero aprender junto com os visitantes do blog. Semana passada uma leitora do Rio, a Andréa, me pediu informações sobre a Pimenta-de-Macaco, cujas sementes, segundo ela, podem ser utilizadas na culinária. Conversa vai, conversa vem, contei à Andréa que havia no meu quintal, em solo de cerrado fraco, uma outra árvore, pequena, que tinha sementes comestíveis parecidas com as da Pimenta-do-Reino.

Lamentei não possuir a identificação daquela planta, cujo nome popular desconhecia, e então a Andréa informou que tinha como colegas alguns pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pois bem: mandei foto onde aparecem folhas e frutos da tal árvore, e dias depois obtive a informação, dada pelo pesquisador João Marcelo Braga, de que se tratava da Schinus Terebinthifolius, conhecida popularmente por aroeira-mansa, aroeira-vermelha, aroeira-pimenteira, aroeira branca, aroeira preta (que planta versátil, hem?!), e muitos outros nomes, terminando com aguaraíba, coração-de-bugre e cambuí.

Bom, isso despertou em mim grande interesse por essa planta, com nome tão nobre e capaz de inspirar tão disparatadas e contraditórias denominações. Fui visitar os dois exemplares que tenho, e notei, desolado, que eles estão bem maltratados. Podendo chegar a 10 metros de altura, aqui eles têm somente 3, e seus galhos não conseguem se manter muito acima do chão. Vejam a foto de uma das pequenas árvores:


Contrito, capinei o mato que havia em seu redor, desenhei uma meia-lua de calcário (para corrigir a acidez do solo) na parte mais baixa, cobrindo-a com camadas de terra (para segurar a água da chuva). Se vocês clicarem na foto, aumentando-a, verão que aparecem várias e grossas raízes praticamente saindo do solo; é que antes as águas escorriam, molhando apenas superficialmente o solo, e as raízes eram desencorajadas de penetrarem profundamente no substrato).

E aqui está a foto que enviei à Andréa (Vejam que belo desenho têm as folhas; cada bolinha mede cerca de meio centímetro de diâmetro) :